Agir para a empregabilidade 1

Nem esta crise que atravessamos e que ainda durará uns tempos parece acelerar mudanças nas estratégias de promoção da empregabilidade. Há anos que continuamos a repetir até à exaustão fórmulas do passado, como passes de mágica para um futuro com emprego. Alimentamos deste modo muitas ilusões e adiamos a inevitável ruptura com o actualmente estabelecido. Aquilo que foi confortável durante muito tempo como estratégia para o emprego está desadequado. Fala-se muito em estratégias activas de procura e criação de emprego mas pouco se faz nesse sentido. É necessário um verdadeiro e continuado impulso para o empreendedorismo. É necessário acção. E agir constitui uma alteração do paradigma vigente. Actualmente, o XVIII Governo Constitucional assenta a sua política de emprego em 5 vectores:

"i) avançar com investimento público modernizador; ii) apoiar as PME; iii)
internacionalizar a economia; iv) firmar um Pacto para o Emprego; v) reforçar a parceria com o sector social."

Isto não seria um problema se dentro da esfera destas 5 áreas encontrássemos um lugar para as pessoas (ver páginas 14-16 do Programa de Governo). O que quero dizer com isto? Estas linhas, dotadas de uma lógica económica certamente defensável são limitativas para a abordagem dos factores de base relativos à empregabilidade. E porquê? Por que nelas não encontramos o que cabe a cada um dos cidadãos fazer. Exacto! E para isso que competências necessitam os cidadãos de uma forma muito transversal? As competências de um empreendedor. E podemos ser todos empreendedores? Não. Mas somos muito poucos e esse é certamente um grande problema. Sendo que é importante referir que um empreendedor não é um empresário. Um empreendedor é alguém que age, constrói, promove, convence e mobiliza. E nós precisamos deste tipo de comportamentos e atitudes como de pão para a boca. O Programa atrás referido espelha uma visão paternalista, protectora e em parte centralista. É certo que refere as empresas como agentes de criação de emprego, nomeadamente as PME e também as organizações do terceiro sector, no entanto esquece-se do papel decisivo que cada um de nós tem que desempenhar todos os dias, nas várias áreas da sociedade em que interagimos.

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