Esta crise já ganhou o direito a ser "a crise". Estatuto almejado apenas por situações extremas e altamente instáveis causadoras de grandes transformações humanas, sociais, económicas e políticas. As responsabilidades são internas e externas. Portugal, é pequeno, e dificilmente entraria numa crise sozinho quando está aberto ao exterior como agora acontece. Mas contribuiu. Somos um aluno que fez alguns bons anos de escola, quando fazer simplesmente o que os professores mandavam chegava para ter bons resultados (pelo menos quando os professores eram bons!). Quando era necessário mais esforço nos trabalhos de casa, mais autonomia, mais organização e método e... pensar pela própria cabeça encontrando o nosso próprio caminho...não apareceram os resultados! Todavia, esta crise tem um pano de fundo numa certa Europa "aristocrática". Uma Europa que parece instalada no conforto do pós loucos 30 anos posteriores à guerra. A Europa parece ainda não ter percebido que está a começar a vender os anéis. O seu domínio já tinha terminado com a segunda guerra mundial. O seu estatuto está agora a declinar. A Europa está como que agarrada a um título nobiliárquico, não merecido por quem o agora ostenta, dispensando certas áreas produtivas pelo conforto que isso traz no imediato mas sem perceber que está a entregar os trunfos ao adversário. A continuarmos assim, esta malga de nações, esta babel de culturas, línguas e interesses ficará sem capacidade de debate e de consensos, num declínio que a história exemplifica vezes sem conta. Portugueses agora, restantes europeus mais tarde, todos caminhamos para um empobrecimento progressivo. A não ser que se abale o conforto, tomando as decisões certas sejam elas quais forem. Crise é mesmo isso: momento de decisões. Quanto a ser uma oportunidade (
com as costas largas dos chineses...naahh), talvez seja um exagero (melhor seria evitá-las!). Será que estamos já conscientes e aceitantes para a podermos aproveitar? Infelizmente não me parece! Espero estar redondamente enganado.
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